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 Veja nesta página:  1- O QUE É NIC

                                  2-  Edema durante a gravidez: conheça e saiba como prevenir

                                 3- O PSA

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OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:

As notas a seguir são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Meu preventivo deu NIC. E agora, o que é isso?

 O que é a neoplasia intraepitelial cervical (NIC)?

As neoplasias invasivas do colo do útero são precedidas por um longo período de alterações celulares, de tal modo que elas podem ser evitadas. Chama-se a essas alterações pré-invasivas do colo do útero, limitadas ao epitélio escamoso do órgão, de neoplasia intraepitelial cervical (NIC) ou de Cervical intraepithelial neoplasia (CIN em inglês). Microscopicamente, essas alterações se caracterizam por uma evolução que vai desde a simples atipia celular até graus mais severos de displasia ou de neoplasia intraepitelial cervical (NIC).

Usualmente, as neoplasias intraepiteliais cervicais (NICs) são classificadas em graus 1, 2 e 3 (neoplasia intraepitelial cervical leve, moderada e grave, respectivamente). Quanto maior o grau da neoplasia intraepitelial cervical (NIC), maior a espessura do epitélio e a proporção nele de células indiferenciadas. Assim, os graus 2 e 3 apresentam uma maior gravidade que o grau 1. Essas alterações teciduais podem substituir parte ou toda a espessura do epitélio cervical normal e devem, então, ser vistas como pré-malignas. O controle e tratamento delas pode evitar o câncer cervical do útero porque ela é de evolução lenta, com longo período de desenvolvimento das lesões. O controle ginecológico periódico é de suma importância porque permite ao médico detectar e remover essas alterações numa fase pré-cancerosa. O exame diagnóstico, chamado Papanicolaou é rotineiro nas consultas ginecológicas e extremamente simples e pode ser complementado, se houver necessidade, com outros exames, como citologia, colposcopia ou ultrassonografia transvaginal, por exemplo.

Quais são as causas da neoplasia intraepitelial cervical (NIC)?

Entre as causas da neoplasia cervical, o papilomavírus humano - HPV (a virose mais comum de transmissão sexual) está sempre presente, no entanto, a maioria das anomalias cervicais causadas pela infecção pelo HPV não progride para neoplasia intraepitelial cervical (NIC) ou neoplasia  do colo uterino e outros fatores são necessários para que isso aconteça, como outros tipos de inflamações ou infecções, por exemplo. Há mais de 100 tipos de HPV, mas deles somente cerca de uma dúzia pode produzir as alterações que levam à neoplasia intraepitelial cervical (NIC).

Quais são os sinais e sintomas da neoplasia intraepitelial cervical (NIC)?

A neoplasia intraepitelial cervical (NIC) não gera sintomas específicos e só pode ser detectada por meio do exame ginecológico de rotina.

Como o médico diagnostica a neoplasia intraepitelial cervical (NIC)?

A neoplasia intraepitelial cervical (NIC) é identificada por exame microscópico de células do epitélio do colo do útero coradas pela técnica de Papanicolaou, que tanto detecta a presença de células atípicas como faz a classificação delas, baseada em alterações nucleares e citoplasmáticas. Algumas lesões podem ficar esbranquiçadas com a aplicação de ácido acético a 3-5% e serem iodo-negativas ante a aplicação tópica de solução de Lugol (shiller). Também se pode suspeitar de neoplasia intraepitelial cervical (NIC) por meio do exame colposcópico, mas o diagnóstico final só é estabelecido mediante biópsia cervical.

Como o médico trata a neoplasia intraepitelial cervical (NIC)?

A neoplasia intraepitelial cervical (NIC) não é um câncer e usualmente é curável. A maioria dos casos que estão no grau 1 permanece estável ou é eliminada pelo sistema imunológico do indivíduo, sem intervenção médica, embora um a pequena percentagem de casos evolui para um câncer cervical.

Nenhum tratamento é recomendado para o grau 1 da alteração com duração menor de dois anos e apenas deve ser mantido um monitoramento cuidadoso. A partir desse tempo, a alteração deve ser removida, por precaução. Nos graus 2 e 3 deve ser feita a remoção das células neoplásicas tão logo detectadas, por criocauterização, termocauterização ou conização do colo do útero.

Vacinas contra o HPV podem ser usadas na prevenção do vírus.

Como evolui a neoplasia intraepitelial cervical (NIC)?  

A maioria das neoplasias intraepiteliais cervicais (NICs) de baixo grau, regride e não evolui para lesões mais graves, mas a neoplasia intraepitelial cervical (NIC) de maior intensidade (graus 2 e 3) apresenta alta probabilidade de progredir para neoplasia invasiva.

São apontados como fatores que aumentam o risco de neoplasia intraepitelial cervical (NIC):

Infecção pelo HPV.

Imunodeficiência.

Tornar-se mãe antes dos 17 anos.

Ter múltiplos parceiros sexuais.

Não utilização da camisinha nas relações sexuais.

Deve-se estar atento para o fato de que nem sempre há uma relação direta entre o grau da neoplasia intraepitelial cervical (NIC) e o câncer do colo do útero, mas apenas de probabilidade. Tampouco a progressão das lesões obedece a uma sequência obrigatória grau 1, grau 2, grau 3 e elas podem, desde o início, apresentarem graus altos. O câncer do colo do útero pode surgir de um grau mínimo de alteração celular e graus maiores podem permanecer pré-malignos. Por essa razão, mesmos alterações grau 1, de longa duração (2 anos) devem ser removidas.       

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Edema durante a gravidez. Conheça e saiba como prevenir.

Por que algumas grávidas ficam inchadas?

Durante a gravidez o corpo produz aproximadamente 50% mais sangue e fluidos corporais para suprir as necessidades do desenvolvimento do bebê. O edema (inchaço) discreto é uma condição normal da gestação causada pelos fluidos e sangue adicionais e ocorre nas mãos, face, tornozelos e pés.

Esta retenção extra de líquidos é necessária para “amolecer” o corpo, preparando-o para uma expansão necessária à medida que o bebê se desenvolve. O fluido extra ajuda a preparar as articulações da pelve e os tecidos vizinhos para permitir o nascimento do bebê quando chega a hora do parto.

O aumento dos líquidos corporais é responsável por 25% do ganho de peso das gestantes.

Quando o edema ocorre na gravidez?

Ele pode ocorrer a qualquer momento na gestação, mas é mais comum a partir do final do segundo trimestre, ou seja, a partir do final do quinto mês de gestação e aumenta durante o terceiro trimestre.

Alguns fatores podem afetar o desenvolvimento do edema:

Temperaturas elevadas. Grávidas ficam mais edemaciadas no verão.

Ficar de pé ou sentada sem mexer os pés e as pernas por longo período de tempo.

O exagero nas atividades físicas ou a inatividade física pode colaborar para o aparecimento de edemas em gestantes.

Dietas pobres em potássio.

Alto consumo de cafeína.

Excesso de sal (sódio) na dieta.

O que pode ser feito para evitar o edema na gravidez?

O edema pode ser evitado ou reduzido com a ingestão de alimentos ricos em potássio como bananas, tomates, laranjas, espinafre, melão e melancia. Reduzir a cafeína e o sal também ajuda bastante.

Outras dicas:

Evitar ficar de pé por longos períodos.

Não ficar sentada com os pés no chão por muito tempo, evitar cruzar as pernas. Procure sentar-se elevando os pés e movimentando-os periodicamente ao redor dos tornozelos.

Calçar sapatos confortáveis, evitando saltos altos se possível.

Usar meias elásticas quando indicadas por um médico.

Repousar com os pés elevados (acima do nível do coração) para facilitar o retorno venoso.

Evitar ambientes muito quentes quando estiver muito calor.

Dê preferência por deitar do lado esquerdo principalmente no último trimestre da gravidez. Não deitar de costas para não comprimir vasos sanguíneos calibrosos, o que dificultaria o retorno venoso.

Evitar roupas apertadas, principalmente nos pulsos e tornozelos.

Descansar em um banho de banheira não muito quente por pelo menos uns vinte minutos ou nadar um pouco em uma piscina.

Usar compressas frias nas áreas edemaciadas.

Beber bastante água. Isso ajuda a desintoxicar o organismo e a reduzir a retenção de líquidos.

Minimize o sódio na dieta (mas não o elimine, pois o iodo presente no sal é importante para o bebê) e evite o acréscimo de sal nas refeições. Uma boa opção é não deixar o saleiro à mesa.

Evite refrigerantes e outros alimentos ricos em sódio.

A drenagem  linfática pode ajudar na eliminação de líquidos, mas não deve ser feita na barriga.

Em caso de edema, não use joias como aneis, pulseiras ou tornozeleiras.

Não tome diuréticos  por conta própria, pois eles podem levar à perda de eletrólitos e causar prejuízos ao bebê.

Preciso me preocupar com o edema?

Um edema discreto é esperado, mas mesmo assim deve ser avaliado por um obstetra.

Quando o acúmulo de líquidos é excessivo e vem acompanhado de aumento na pressão arterial ou perda de proteínas pela urina, é um sinal de alerta para a gestante. Estes sintomas podem indicar uma pré-eclâmpsia. Outros sinais e sintomas desta condição são dor de cabeça severa, visão borrada e rápido ganho de peso. A gestante deve procurar ajuda médica imediata.

Edemas repentinos ou severos devem sempre ser avaliados pelo obstetra o mais rápido possível.

Quando o edema ocorrer em apenas uma perna, especialmente se acompanhado de dor persistente e endurecimento da panturilha (batata da perna) pode significar uma trombose (formação de coágulo dentro da veia). O obstetra deve ser procurado rapidamente.

A realização de um pré-natal adequado é a melhor opção para evitar complicações na gravidez.

 

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O que é o antígeno prostático específico (PSA)?

O antígeno prostático específico, geralmente referido como PSA (Prostate-specific antigen), é um marcador tumoral utilizado em conjunto a outros recursos para o diagnóstico e o acompanhamento da evolução do câncer da próstata. O nível de PSA é medido no sangue.

Quando o antígeno prostático específico (PSA) se altera?

Níveis baixos de PSA no sangue são normais, mas eles podem aumentar em casos de câncer da próstata ou mesmo em condições benignas (não cancerosas), como as prostatites (inflamações da próstata) e a hiperplasia benigna da próstata (aumento benigno da próstata). Com a idade, há um aumento da chance de ocorrerem tanto as condições benignas quanto as alterações malignas. A prostatite ou a hiperplasia benigna da próstata parecem não evoluir para o câncer, mas pode ocorrer que o homem tenha concomitantemente as duas situações e também um câncer da próstata. Isoladamente, os níveis de PSA não permitem distinguir entre essas condições, contudo, o médico os toma em conta juntamente com outros sinais e/ou sintomas.

Por que fazer a dosagem do teste do antígeno prostático específico (PSA)?

O teste de PSA deve ser feito periodicamente em homens a partir de 50 anos, em conjunto com o exame de toque retal, como medida preventiva para detectar o câncer da próstata. Os homens que pertecem aos grupos de risco (herança, raça, dieta etc) devem fazer esses exames a partir de 40-45 anos.

Durante o exame de toque retal, o médico pode palpar a glândula prostática através da parede retal para procurar elevações ou áreas anormais. O teste do PSA e o exame de toque retal geralmente são usados como testes de rastreio para detectar precocemente o câncer da próstata ainda sem sintomas. O teste de PSA também pode ser usado para acompanhar pacientes com câncer da próstata e avaliar sua evolução. Diante de um nível aumentado de PSA, o paciente deve repetir o teste ou realizar outros exames complementares que ajudem a esclarecer a ocorrência.

O antígeno prostático específico (PSA) e o câncer de próstata

Na maioria das vezes, a dosagem do PSA é pedida pelo médico para reconhecer ou excluir o câncer de próstata ou para analisar a evolução do câncer já instalado. O médico realiza, junto a este exame, o toque retal e a ultrassonografia transretal. O PSA sanguíneo é quase todo ele liberado a partir da próstata, embora essa enzima também exista em células das glândulas parótidas, mamárias e do pâncreas.

Quais são os cuidados a serem tomados antes de medir-se o antígeno prostático específico (PSA)?

Alguns pacientes podem apresentar níveis aumentados do PSA sem terem câncer, em condições de infecções (prostatites) ou depois de manipulações da próstata (como em biópsias, cirurgias, prática de hipismo, uso de bicicleta etc), por exemplo. Nesses casos deve ser respeitado um intervalo de duas semanas entre estas atividades e o exame de sangue.

O paciente também pode apresentar baixo nível de PSA caso tenha realizado terapia hormonal para o câncer da próstata. Neste caso é aconselhável esperar alguns meses após o tratamento hormonal antes de realizar um teste de PSA.

Quais são os valores do nível sanguíneo do antígeno prostático específico (PSA)?

Os níveis do PSA são referidos em nanograma por mililitro (ng/ml) no sangue. O PSA circula no sangue em duas formas que podem ser medidas separadamente: livre e ligado a uma proteína. Os valores de referência são os seguintes:

PSA total:

Baixo

0 a 2,5 ng/ml

Leve a moderado

2,6 a 9,9 ng/ml

Moderadamente elevado

10 a 19,9 ng/ml

Elevado

Acima de 20 nb/ml

Quanto maior o nível de PSA, maior é a probabilidade de câncer, embora vários fatores possam alterar os níveis de PSA. Têm-se, então, as seguintes possibilidades:

Verdadeiro negativo

PSA normal e não há câncer

Verdadeiro positivo

PSA elevado e há câncer

Falso positivo

PSA elevado e não há câncer

Falso negativo

PSA normal e há câncer

Uma subida progressiva ao longo do tempo é mais importante que um nível alto e isolado. Quando os níveis de PSA sobem com o tempo, outros exames (ultrassonografia, radiografia, citoscopia, exame de urina) ou mesmo uma biópsia poderão ser necessários. A biópsia geralmente é feita por via retal e consiste em retirar amostras de tecido da próstata com a ajuda de uma agulha, as quais serão observadas pelo patologista em um microscópio.

Quais são as repercussões e as possíveis consequências de fazer-se o teste do antígeno prostático específico (PSA) e os exames para o câncer de próstata?

Os benefícios do rastreio do PSA em relação aos riscos do tratamento do câncer de próstata não são absolutamente claros.

A biópsia para diagnosticar o câncer da próstata, decorrente de um exame suspeito de PSA, pode causar efeitos colaterais, incluindo hemorragias e infecções.

O tratamento para o câncer da próstata pode causar incontinência urinária e impotência sexual.

Todas essas condições devem ser conversadas com um médico de sua confiança.

O antígeno1 prostático específico, geralmente referido como PSA, é um marcador tumoral utilizado juntamente com outros recursos para o diagnóstico e o acompanhamento da evolução do câncer da próstata. O nível de PSA é medido no sangue.

 Próstata: Glândula que (nos machos) circunda o colo da BEXIGA e da URETRA. Secreta uma substância que liquefaz o sêmem coagulado. Está situada na cavidade pélvica (atrás da parte inferior da SÍNFISE PÚBICA, acima da camada profunda do ligamento triangular) e está assentada sobre o RETO.